BRASÍLIA (Reuters) - A Câmara aprovou, entre o fim da noite de terça-feira e o início desta quarta, o texto do novo Código Florestal e uma emenda de parte da base aliada que amplia a permissão de ocupações em áreas de preservação ambiental.
Há mais de uma década em discussão na Casa, e adiada por três vezes, a aprovação do texto do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP) contou com ampla maioria. Foram 410 votos a favor, 63 contra e apenas uma abstenção. O governo posicionou-se a favor do texto de Rebelo com algumas ressalvas.
Já a emenda redigida pelo PMDB --partido do vice-presidente da República. Michel Temer-- não contava com o apoio do governo e dividiu o plenário. O racha entre ruralistas e ambientalistas resultou no placar de 273 votos a favor e 182 votos contra a emenda, além de duas abstenções.
"A emenda, na realidade, permite que continue o desmatamento e abre brechas para continuar o impacto do desmatamento", disse o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), após a conclusão da votação. "Então, nós vamos reagir com força contra qualquer proposta dessa natureza", completou.
A alteração do PMDB, entre outras medidas, retira do governo federal a exclusividade de regularizar ocupações em Áreas de Preservação Permanente (APPs) em beiras de rios, faixas de vegetação natural ao longo de cursos d'água que deve ser mantida. Permite que Estados regulamentem essa questão.
Também amplia os tipos de atividades admitidas nessas regiões e permite ocupações em APPs que tenham ocorrido até julho de 2008. O governo considera que esse dispositivo anistia desmatadores.
De acordo com o diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário, a aprovação do projeto e da emenda significa uma "derrota ambiental" para o país e uma "derrota política" para a presidente Dilma Rousseff.
"Não podia ter sido pior (a aprovação da matéria). O texto básico tem uma quantidade enorme de perversidades e a emenda consolida o estupro que representa este texto", disse o ambientalista logo após a votação. "Fundamentalmente estão anistiando todos os desmatadores do passado, o que significa que quem cumpriu a lei foi idiota", completou Adário.
Para Rebelo, no entanto, a emenda é fruto "natural" de uma questão polêmica. A aprovação dela, na visão do deputado, não desfigura seu texto.
" É normal que depois de aprovado o texto principal por imensa maioria de votos, houvesse polêmica em torno dos destaques", disse Rebelo a jornalistas.
A matéria segue ao Senado e, se não sofrer modificações, é encaminhada à sanção presidencial. Vaccarezza mencionou, antes da votação, que a presidente Dilma não "hesitará", se necessário, em vetar propostas que considere prejudiciais ao meio ambiente.
O diretor do Greenpeace teme que, em último caso, Dilma se omita de vetar o texto para não ampliar o racha em sua base aliada.
Vaccarezza sustenta que o governo ainda atuará no Senado para promover as modificações que considera necessárias como incluir punições mais severas a desmatadores reincidentes e a proposta de limitar a recomposição de APPs em beiras de rios a 20 por cento de pequenas propriedades.
NO PLENÁRIO
A discussão na Câmara foi tensa e marcada por discursos exaltados. O líder do PMDB na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN), além de patrocinar a emenda que desagradava o governo, fez um pronunciamento duro e desafiador à presidente Dilma.
Chegou a pedir a ministros de sua legenda que não provocassem "constrangimento" aos deputados peemedebistas ao pressionarem para que não votassem a favor da mudança que desagradava o governo.
Na última segunda-feira, de acordo com uma fonte do Planalto, Dilma orientou ministros que foram indicados pelos partidos aliados a demoverem os deputados de aprovar o texto do PMDB.
Vaccarezza também apresentou da tribuna um discurso emocional, em que trazia um recado de Dilma: "a presidente considera que essa emenda é uma vergonha para o Brasil".
Para o líder do DEM na Casa, ACM Neto (BA), o discurso de Vaccarezza "acabou criando uma disputa entre governo e oposição que não havia".
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ECOletando
Coletânea de material diversificado sobre meio ambiente e sustentabilidade.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Cidade inglesa testa carros sem motorista e movidos a eletricidade!
Imagine uma cidade cheia de carros sem motoristas, levando pessoas como uma espécie de "taxi-robô". Eles se movimentam sozinhos, desviam de obstáculos e são ecologicamente corretos, movidos a eletricidade. É isto que a cidade inglesa de Daventry está demonstrando até o dia 5 de outubro.
CyberCar
O carro autônomo, chamado CyberCar, está sendo exibido entre 24 de setembro e 5 de outubro na cidade britânica e faz parte de um projeto de pesquisa do grupo CityMobil, da Comissão Européia.
Citycab
A cidade também está exibindo o CityCab, modelo de maior porte, mas com funcionamento similar aos dos carros pequenos.
Meios de transporte alternativo
O objetivo da exibição é avaliar meios de transporte alternativos que possam aumentar a disponibilidade de transportes públicos, reduzindo a dependência dos carros tradicionais, segundo o site da cidade de Daventry.
Os veículos contam com tecnologias de controle autônomo, detecção de obstáculos e fontes alternativas de energia - utilizando baterias e motores elétricos -, entre outras.
Eles foram desenhados para se movimentar por trajetos curtos, mas poderão ser adaptados para viagens longas por meio de trilhos especiais, de acordo com informações do site do projeto CityMobil - http://www.cybercars.org/.
CyberCar
O carro autônomo, chamado CyberCar, está sendo exibido entre 24 de setembro e 5 de outubro na cidade britânica e faz parte de um projeto de pesquisa do grupo CityMobil, da Comissão Européia.
Citycab
A cidade também está exibindo o CityCab, modelo de maior porte, mas com funcionamento similar aos dos carros pequenos.
Meios de transporte alternativo
O objetivo da exibição é avaliar meios de transporte alternativos que possam aumentar a disponibilidade de transportes públicos, reduzindo a dependência dos carros tradicionais, segundo o site da cidade de Daventry.
Os veículos contam com tecnologias de controle autônomo, detecção de obstáculos e fontes alternativas de energia - utilizando baterias e motores elétricos -, entre outras.
Eles foram desenhados para se movimentar por trajetos curtos, mas poderão ser adaptados para viagens longas por meio de trilhos especiais, de acordo com informações do site do projeto CityMobil - http://www.cybercars.org/.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
E no Pantanal?
As queimadas no Pantanal têm sido uma preocupação constante nessa época do ano, ou seja, no período de seca, quando parte dos danos nesse ecossistema chegam a ser sentidos nas cidades integrantes da área, que ficam cobertas de fumaças e cinzas. Como nós sabemos, o fogo pode ser provocado de várias maneiras, entre elas, raios, reflexão de vidros, e antropogênicas (provocadas pelo homem - casualmente, programadas ou desordenadas).
As queimadas provocadas por raios e reflexões de vidros normalmente ocorrem sobre uma área de vegetação seca, provocando grandes incêndios e as antropogênicas em quaisquer das vegetações.
Neste ano de 2005, na segunda quinzena do mês de julho foram vistos vários incêndios em diferentes áreas do Pantanal, como um localizado no município de Corumbá queimando mais de 500 hectares. Pouco mais de 50km daquela queimada havia um outro foco e, assim foram vistos vários focos de Corumbá a Miranda, num só dia.
Não foi por acaso que a Embrapa Pantanal, via INPE, constatou entre o período de julho até 22 de setembro o absurdo de 5.568 focos de queimadas no Pantanal e que as queimadas estão espalhadas por toda a Região queimando diversas formas de vegetação. Uma das regiões mais críticas é a do Nabileque. As causas daqueles incêndios são desconhecidas, contudo sabemos que a causa mais comum no Pantanal é a provocada pelo homem, que mesmo sabendo, através de campanhas, que o fogo agoniza a terra usam-no como forma de limpeza e renovação dos pastos. Nesse ano de 2005 as queimadas no Pantanal estão suspensas pelo IBAMA.
Os adeptos as queimadas não pensam duas vezes, antes de começarem a queimar a área, nem mesmo nas terras ou fazendas vizinhas e fazem assim para evitar a formação de macega e para renovação de pastagem, entretanto vários estudos comprovam que a prática de queimadas é uma faca de dois gumes. Portanto, queimadas não é assunto para leigos, assim como uma cirurgia.
Sem definição para a prática e acompanhamento técnico, certamente trará, entre outros malefícios, empobrecimento do solo e desequilíbrio no ecossistema. Importante é por parte desses adeptos, que insistem na prática das queimadas, onde certamente vem seguidamente empobrecendo suas terras, saber que alguns estudiosos como Cavalcante (1978) que estudando o efeito das cinzas resultantes das queimadas no estrato herbáceo e subarbustivo do cerrado das Emas, constatou um rápido e temporário aumento na concentração de nutrientes na camada superficial do solo, logo após a incidência de fogo e retorno aos valores anteriores à realização da queimada, queimada essa previamente programada em tempos e estações e não aleatoriamente.
Pelos resultados rápidos, temporários, ainda quando feitas tecnicamente, e de empobrecimento continuado da terra e danos para o ecossitema, quando desordenadas, entre os autores de estudos nessa área a decisão por trabalhar a terra com queimadas é um artifício cada vez mais raro. A névoa seca que escurece os céus do Brasil Central nessa época do ano, pelas queimadas, é uma demonstração visível dessa enorme pela perda de nutrientes. Nessas mesmas fumaça e cinza, uma boa parte do nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio magnésio e enxofre entram em suspensão no ar sob a forma de micropartículas de cinza, constituindo a parte visível da fumaça.
Desta forma, a grande perda de nutrientes provocada pelo fogo dá-se em forma de transferência para a atmosfera. Durante as queimadas, o elemento de maior perda, 90 %, é o nitrogênio que está presente na fitomassa e vai como forma de fumaça para a atmosfera.
Portanto, no Pantanal o problema de perda de cinzas do campo para a cidade provoca as perdas de nutrientes das áreas queimadas, muito mais através do vento do que pelas primeiras chuvas que caem após as queimadas vindo a empobrecer o solo da área queimada no Pantanal. Em um trabalho realizado por Pivello et al.1992, quantificando as transferências de micro-nutrientes (N,P,K Ca, Mg, S) da vegetação herbáceo-subarbustiva para atmosfera durante seis queimadas experimentais realizadas no campo-cerrado de Emas, em Pirassununga, SP.
Estes valores foram obtidos comparando-se as quantidades dos nutrientes na vegetação e na cinza dela resultante. A perda da quantidade em média dos nutrientes foi de 20,6 kg de N, 1,6kg de P, 7,1 kg de K, 12,1 kg de Ca, 3,0 kg de Mg e 59% de S, inicialmente contidos na fitomassa. No Pantanal há que se realizar um trabalho semelhante para que as perdas desses elementos e outros sejam quantificados, entretanto pela quantidade de queimadas na região pode se supor que valores bem maiores estão sendo perdidos.
A Embrapa Pantanal, preocupada com a preservação do ecossistema vem realizando estudos e trabalhos com o fim de substituir o que seriam os benefícios das queimadas. Nesse mesmo Órgão está sendo realizado um trabalho, via satélite, para avaliar o risco de incêndios no Pantanal visando monitorar e diminuir os focos de incêndios.
Vi aqui.
As queimadas provocadas por raios e reflexões de vidros normalmente ocorrem sobre uma área de vegetação seca, provocando grandes incêndios e as antropogênicas em quaisquer das vegetações.
Neste ano de 2005, na segunda quinzena do mês de julho foram vistos vários incêndios em diferentes áreas do Pantanal, como um localizado no município de Corumbá queimando mais de 500 hectares. Pouco mais de 50km daquela queimada havia um outro foco e, assim foram vistos vários focos de Corumbá a Miranda, num só dia.
Não foi por acaso que a Embrapa Pantanal, via INPE, constatou entre o período de julho até 22 de setembro o absurdo de 5.568 focos de queimadas no Pantanal e que as queimadas estão espalhadas por toda a Região queimando diversas formas de vegetação. Uma das regiões mais críticas é a do Nabileque. As causas daqueles incêndios são desconhecidas, contudo sabemos que a causa mais comum no Pantanal é a provocada pelo homem, que mesmo sabendo, através de campanhas, que o fogo agoniza a terra usam-no como forma de limpeza e renovação dos pastos. Nesse ano de 2005 as queimadas no Pantanal estão suspensas pelo IBAMA.
Os adeptos as queimadas não pensam duas vezes, antes de começarem a queimar a área, nem mesmo nas terras ou fazendas vizinhas e fazem assim para evitar a formação de macega e para renovação de pastagem, entretanto vários estudos comprovam que a prática de queimadas é uma faca de dois gumes. Portanto, queimadas não é assunto para leigos, assim como uma cirurgia.
Sem definição para a prática e acompanhamento técnico, certamente trará, entre outros malefícios, empobrecimento do solo e desequilíbrio no ecossistema. Importante é por parte desses adeptos, que insistem na prática das queimadas, onde certamente vem seguidamente empobrecendo suas terras, saber que alguns estudiosos como Cavalcante (1978) que estudando o efeito das cinzas resultantes das queimadas no estrato herbáceo e subarbustivo do cerrado das Emas, constatou um rápido e temporário aumento na concentração de nutrientes na camada superficial do solo, logo após a incidência de fogo e retorno aos valores anteriores à realização da queimada, queimada essa previamente programada em tempos e estações e não aleatoriamente.
Pelos resultados rápidos, temporários, ainda quando feitas tecnicamente, e de empobrecimento continuado da terra e danos para o ecossitema, quando desordenadas, entre os autores de estudos nessa área a decisão por trabalhar a terra com queimadas é um artifício cada vez mais raro. A névoa seca que escurece os céus do Brasil Central nessa época do ano, pelas queimadas, é uma demonstração visível dessa enorme pela perda de nutrientes. Nessas mesmas fumaça e cinza, uma boa parte do nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio magnésio e enxofre entram em suspensão no ar sob a forma de micropartículas de cinza, constituindo a parte visível da fumaça.
Desta forma, a grande perda de nutrientes provocada pelo fogo dá-se em forma de transferência para a atmosfera. Durante as queimadas, o elemento de maior perda, 90 %, é o nitrogênio que está presente na fitomassa e vai como forma de fumaça para a atmosfera.
Portanto, no Pantanal o problema de perda de cinzas do campo para a cidade provoca as perdas de nutrientes das áreas queimadas, muito mais através do vento do que pelas primeiras chuvas que caem após as queimadas vindo a empobrecer o solo da área queimada no Pantanal. Em um trabalho realizado por Pivello et al.1992, quantificando as transferências de micro-nutrientes (N,P,K Ca, Mg, S) da vegetação herbáceo-subarbustiva para atmosfera durante seis queimadas experimentais realizadas no campo-cerrado de Emas, em Pirassununga, SP.
Estes valores foram obtidos comparando-se as quantidades dos nutrientes na vegetação e na cinza dela resultante. A perda da quantidade em média dos nutrientes foi de 20,6 kg de N, 1,6kg de P, 7,1 kg de K, 12,1 kg de Ca, 3,0 kg de Mg e 59% de S, inicialmente contidos na fitomassa. No Pantanal há que se realizar um trabalho semelhante para que as perdas desses elementos e outros sejam quantificados, entretanto pela quantidade de queimadas na região pode se supor que valores bem maiores estão sendo perdidos.
A Embrapa Pantanal, preocupada com a preservação do ecossistema vem realizando estudos e trabalhos com o fim de substituir o que seriam os benefícios das queimadas. Nesse mesmo Órgão está sendo realizado um trabalho, via satélite, para avaliar o risco de incêndios no Pantanal visando monitorar e diminuir os focos de incêndios.
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Na mídia - Pacto quer reduzir em 65% as queimadas urbanas em Cuiabá
A cidade de Cuiabá deverá ter menos 65% de queimadas este ano, comparado ao volume de 2010, quando foram registrados na capital 1.628 focos de calor. Ou sejua, na contabilidade oficial,deve ficar abaixo de 600 focos este ano. Para atingir a meta estabelecida no "Pacto do Município de Cuiabá pela Redução das Queimadas', serão realizadas campanhas educativas e acontecerá a implantação do Comitê Municipal de Gestão do Fogo. Objetivamente, os participantes vão prorizar a fiscalização de terrenos baldios
No ano passado, os prejuízos foram grandes. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, houve um aumento de 300% nos procedimentos de nebulização e 30% nos atendimentos ambulatoriais. Só em tratamento de doenças respiratórias causadas pelas queimadas, o Estado de Mato Grosso gastou entre os anos de 2005 a 2010, R$ 94,3 milhões.
Durante a audiência pública na quarta-feira, que teve como tema 'As Consequências das Queimadas para a Saúde e o Meio Ambiente', representantes de diversos setores puderam debater o assunto e apresentar sugestões para garantir o engamento da sociedade visando a redução das queimadas. “A solução dos problemas causados pelas queimadas passa, necessariamente, pela comunhão de esforços em todas as esferas de governo e da sociedade civil”, destacou a promotora de Justiça que atua na Defesa do Meio Ambiente, Ana Luíza Ávila Peterlini de Souza.
O promotor de Justiça que atua na Defesa da Cidadania, Alexandre de Matos Guedes, ressaltou que a participação do município no trabalho de prevenção e repressão é fundamental para a diminuição dos índices de queimada e melhoria da qualidade de vida da população.
O procurador de Justiça e titular da Procuradoria Especializada na Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, Luiz Alberto Esteves Scallope, destacou a importância da união e participação das instituições em prol de uma causa comum. “É a primeira vez que vejo Poder Judiciário, Ministério Público, Governo do Estado e Município trabalhando juntos e extremamente envolvidos numa questão que aflige diretamente a sociedade”.
Também participaram da audiência, a procuradora-geral de Justiça substituta, Eliana Cícero de Sá Maranhão Aires; o titular da Procuradoria Especializada na Defesa da Cidadania, Edmilson da Costa Pereira; o juiz de Direito José Zuquim Nogueira, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Cel Alexander Torres Maia; e o corregedor do Tribunal de Contas, conselheiro José Carlos Novelli. Representantes de várias instituições também participaram da discussão.
PROGRAMA: Nesta sexta-feira (06.05), às 9h, no Palácio Paiaguás será lançado o Programa 'Mato Grosso Unido Contra as Queimadas'. O objetivo da iniciativa, que também conta com o apoio do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e Assembleia Legislativa, é fortalecer as ações de prevenção às queimadas e aos incêndios florestais de forma integrada, participativa e ordenada.
A realização de audiências públicas para mobilização da sociedade sobre as consequências das queimadas faz parte da lista de ações previstas no referido programa.
Na próxima segunda-feira (09.05), a audiência pública será acontecerá emRondonópolis, às 19h, no auditório das Promotorias de Justiça.
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segunda-feira, 25 de abril de 2011
Produção Rural II (agricultura)
O uso do fogo na agricultura é condenado há mais de um século pelos manuais de conservação do solo e edafologia, pelas conseqüências negativas por ele provocadas na produtividade da terra. No entanto é milenar a utilização da queimada para a retirada de florestas e campos, visando à implantação de pastagens e lavouras ou mesmo para a edificação de vilas e cidades, com influência direta na formação de semi-áridos e desertos. Há inúmeros relatos de verdadeiros desastres provocados pelas queimadas de vegetação, muitas delas praticadas pelos exploradores e colonizadores do velho mundo.
No Brasil desde o inicio da colonização as queimadas foram utilizadas para a preparação de áreas para o plantio da cana de açúcar sendo o fogo ateado para a destruição de campos e florestas. Gilberto Freire afirma que “o canavial desvirginou todo esse mato grosso de modo mais cru pela queimada. A cultura da cana valorizou o canavial e tornou desprezível a mata”. O processo é simples. Para plantar a cana derruba-se ou queima-se a floresta. Depois para fabricar o açúcar essa floresta faz falta para manter acesa a chama dos engenhos, ou construir estas infra-estruturas. A cana tem na floresta o seu maior amigo e inimigo. Um exemplo apenas que evidencia a dimensão que assumiu este processo com graves conseqüências principalmente para o Nordeste Brasileiro onde a cana começou a ser implantada logo após o descobrimento.
O inconseqüente uso do fogo para as práticas agropastoris e para a abertura de locais de habitação humana sempre foi à realidade do Brasil desde seu descobrimento, sendo que até hoje se faz sentir os efeitos dessa prática que, aliás, continua vigente.
Com a febre da monocultura da cana, a prática das queimadas passou a ser rotineira. Depois da queima inicial da vegetação existente para a implantação dos canaviais, ocorriam as queimas destinadas a despalhar a cana, para facilitar a colheita. No estado de São Paulo até a década de 70 as usinas eram proprietárias de aproximadamente 30% da área que utilizavam para o plantio da cana. Com o advento do Proálcool (1975) e por causa do extremamente vantajoso subsídio estatal, com juros negativos, e longo prazo de carência, a cultura canavieira avançou com voracidade sobre os campos de outras culturas rurais e em semelhante intensidade o domínio das terras destinadas ao plantio da cana passou para as usinas, por força de aquisição ou de arrendamento.
Neste quadro, a prática da queimada da cana-de-açúcar foi difundida em larga escala, sendo que, desde então, o controle parcial somente tem ocorrido por força dos movimentos sociais que culminam em legislações específicas, ações do Ministério Público e decisões judiciais. Contudo, há no Brasil alguns casos de abandono espontâneo dessa prática. Pequenos produtores de cana-de-açúcar do Município paranaense de Ibati criaram uma cooperativa para produção de açúcar mascavo orgânico e não utilizam adubos químicos ou agrotóxicos e fazem a colheita manual, sem a utilização do fogo, com resultados de produtividade maior que das usinas do Estado de São Paulo.
Seguindo caminho inverso do modelo brasileiro, a partir da década de 70, Cuba iniciou a mecanização das colheitas da cana-de-açúcar, abandonando paulatinamente o uso do fogo nos canaviais, eliminando totalmente essa pratica nos dias atuais. Método semelhante adotou as Filipinas, com associação de outras culturas no meio dos canaviais, sendo que a palha é utilizada como adubo orgânico.
Apesar deste antecedente histórico negativo, as queimadas da palha da cana-de-açúcar continuam sendo praticadas no Brasil, no entanto são bastante combatidas por setores organizados da sociedade, especialmente pelo movimento ambientalista. Na região de Ribeirão Preto a partir de l988 surge uma entidade a Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil que se torna a mais combativa contra as queimadas. Nesse mesmo ano são coletadas mais de 50.000 assinaturas num documento contra as queimadas, que é enviado ao governador do estado, que chega a proibir as queimadas e depois volta a traz por pressão dos usineiros e proíbe as queimadas num raio de dois quilômetros em torno das cidades. Em 1991 junto com varias outras entidades, faz um plebiscito com ampla participação da população, onde 95 por cento votaram contra as queimadas. Todos os anos são numerosas manifestações contra as queimadas, passeatas, colocação de adesivos e audiências públicas com setores da saúde e educação do município. Nesses anos de luta foi estabelecida uma importante parceria entre a ACE Pau Brasil e o Ministério Publico do Estado de São Paulo, com numerosas ações judiciais promovidas contra as queimadas do setor canavieiro.
Veja mais aqui.
NA MÍDIA
Um estudo elaborado pela Universidade de Manchester a pedido da Comissão Européia indica que a abertura do mercado agrícola da União Européia (UE), como se prevê no acordo de livre associação que o bloco negocia com o Mercosul, poderia causar uma série de danos ambientais nos países sul-americanos.
De acordo com o relatório preliminar, apresentado na última terça-feira em Bruxelas, a liberalização do comércio agrícola estimularia o Mercosul a aumentar o volume de produção de determinados artigos, como trigo, frango, carne e açúcar, um fator que teria “importantes conseqüências ambientais”.
“No caso da produção de carne, isso poderia levar à conversão de solos nativos, devido à necessidade de criar maiores áreas de pasto e forragem para ter mais comida para os animais, e pode incluir a necessidade de fertilizantes e pesticidas. Nos pastos naturais, os maiores impactos seriam a alteração da vegetação nativa e impactos associados nos animais selvagens”, diz o texto.
“Regiões ricas em biodiversidade, como florestas tropicais e mangues, podem ser limpadas e dedicadas ao cultivo de cana-de-açúcar, trigo e maçã”, o que teria “efeitos negativos” sobre o funcionamento do ecossistema local.
Agrotóxicos
O estudo também alerta que o aumento do uso de agrotóxicos, necessário para uma maior produção, ampliaria o risco de contaminação de fontes de água e poderia ser responsável por erosões causadas por um desequilíbrio na formação de plantas e do solo.
Os especialistas afirmam que o impulso gerado pela abertura do comércio agrícola seria de grande importância para a coesão social no Mercosul, onde a população rural representa entre 8% (Uruguai) e 44% (Paraguai) do total de habitantes (17% no Brasil e 10% na Argentina).
Entretanto, “a liberalização tende a beneficiar principalmente a agricultura moderna e, assim, reforçaria as desigualdades e aumentaria a pobreza nas áreas rurais”.
“Com a redução das barreiras tarifárias no mercado europeu, pequenos produtores podem abandonar o suas produções tradicionais para cultivar produtos dedicados à exportação. Eles poderiam se tornar dependentes dos preços do mercado internacional e mais vulneráveis”, afirma o relatório preliminar.
Artimanha políticaSegundo uma fonte diplomática brasileira, o estudo apresentado pela UE “parece uma idéia louvável, mas no fundo se presta para artimanhas políticas”.
“Afirmar que a abertura do mercado agrícola vai gerar desemprego é um absurdo. Você pode encontrar casos isolados, mas se ver os dados gerais o quadro atualmente é outro, tanto no Brasil como na Argentina. O setor agrícola brasileiro é um dos poucos do mundo que tem gerado emprego”, afirmou a fonte.
Apesar de menos de 10% da população total da UE se dedicar à agricultura, o setor reúne em média 21% dos empregos existentes nos novos e nos futuros Estados membros, que sofreriam com a concorrência sul-americana.
O setor agropecuário é o principal exportador do Mercosul para a UE. No ano passado, só o Brasil lucrou US$ 11 bilhões com esse comércio. Atualmente o mercado europeu está aberto para produtos tropicais, mas o acesso para artigos também produzidos na UE - como açúcar, carne bovina e pera - é restringido e submetido a tarifas alfandegárias consideradas altas pelos sul-americanos.
O estudo da Universidade de Manchester foi pedido pela UE para avaliar os possíveis impactos social, econômico e ambiental que causaria a implementação do acordo de livre associação com o Mercosul, mas não tem peso determinante nas negociações. Um segundo relatório, mais detalhado, será apresentado em novembro e a conclusão deverá estar pronta em março de 2007.
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Na Mídia - "Suor" da cana ajuda a resfriar o clima, diz pesquisa
A produção de etanol e outros biocombustíveis já não é a única forma de usar a cana-de-açúcar para combater o aquecimento.
Cientistas dos Estados Unidos acabam de descobrir uma espécie de "efeito colateral" dessas plantações que ajudaria a resfriar a região onde as culturas se localizam.
Isso aconteceria pela ação conjunta de dois fatores. Os canaviais conseguem refletir com sucesso uma boa parcela da luz solar, o que já ajuda a não acumular calor.
Esse efeito é potencializado por uma espécie de "suor" da planta, que transpira alta quantidade de água retirada do solo de volta ao ambiente, resfriando o ar.
Tudo isso não significa, porém, que se deva sair por aí derrubando árvores e florestas e colocando um monte de cana-de-açúcar no lugar. Os autores da pesquisa, publicada na última edição da revista "Nature Climate Change", alertam que a cana não substitui a boa e velha mata nativa.
Os resultados são benéficos quando comparados a regiões já desmatadas, especialmente para formação de pasto e plantação de soja.
"Em ambientes onde a segurança alimentar não esteja ameaçada, a conversão de lavouras e pastos em canaviais leva a um significativo esfriamento local, enquanto a substituição da vegetação nativa pela plantação de cana provoca um aquecimento local", diz o trabalho, chefiado por Scott Loarie, da Universidade de Stanford.
Veja mais sobre o assunto aqui!
Cientistas dos Estados Unidos acabam de descobrir uma espécie de "efeito colateral" dessas plantações que ajudaria a resfriar a região onde as culturas se localizam.
Isso aconteceria pela ação conjunta de dois fatores. Os canaviais conseguem refletir com sucesso uma boa parcela da luz solar, o que já ajuda a não acumular calor.
Esse efeito é potencializado por uma espécie de "suor" da planta, que transpira alta quantidade de água retirada do solo de volta ao ambiente, resfriando o ar.
Tudo isso não significa, porém, que se deva sair por aí derrubando árvores e florestas e colocando um monte de cana-de-açúcar no lugar. Os autores da pesquisa, publicada na última edição da revista "Nature Climate Change", alertam que a cana não substitui a boa e velha mata nativa.
Os resultados são benéficos quando comparados a regiões já desmatadas, especialmente para formação de pasto e plantação de soja.
"Em ambientes onde a segurança alimentar não esteja ameaçada, a conversão de lavouras e pastos em canaviais leva a um significativo esfriamento local, enquanto a substituição da vegetação nativa pela plantação de cana provoca um aquecimento local", diz o trabalho, chefiado por Scott Loarie, da Universidade de Stanford.
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terça-feira, 19 de abril de 2011
Produção Rural I (Pecuária)
Com o Ibama tentando combater a criação ilegal de gado (Veja mais aqui), entramos em um terreno muito delicado: até que ponto a produção de gado e outros animais pode influenciar o meio ambiente?
O metano, gás do efeito estufa, responde por um terço do aquecimento do planeta. A sua capacidade de reter calor na atmosfera é 23 vezes maior que a do gás carbônico. Cerca de 28% das emissões mundiais desse gás vêm da pecuária. O gado envia milhões de toneladas anuais de metano para a atmosfera (ruminação, fermentação intestinal, esterco). O metano também é liberado na queima de gás natural, em campos de arroz inundados, em aterros e lixões (decomposição de resíduos orgânicos), no esgoto, na queima do carvão e de material vegetal, entre outros. O metano permanece ativo na atmosfera por 12 anos.
Segundo relatório da FAO (nov. 2006), a pecuária prejudica mais o ambiente que os carros.
Vi aqui.
Antes, acreditava-se que o gado era o grande vilão do efeito estufa, mas estudos recentes mostram que não é bem assim.
11/07/2009 10h54min
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (USP) mostraram, nesta sexta, dia 10, que a pecuária não é a maior responsável pelas emissões de gases de efeito estufa. O estudo foi apresentado na 20ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina, realizada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
— O gado não é o grande vilão da destruição da camada de ozônio — afirmou o representante do Laboratório de Bioquímica Ambiental do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da universidade, Marcelo Galdos.
Segundo o pesquisador, ao considerar todos os gases de efeito estufa, como gás carbônico, óxido nitroso e metano, a agropecuária representa apenas 20% do total da emissão mundial.
— Há uma distorção dessa imagem do gado como grande emissor. Existe gente querendo parar de comer carne achando que vai ajudar o meio ambiente, quando, na verdade, se estivesse mudando seus hábitos, inclusive de transporte, poderia ter impacto ainda maior — disse Galdo.
O estudo aponta ainda que a pecuária intensiva, feita com manejo correto, pode gerar energia. O confinamento, onde há grande quantidade de gado em espaço reduzido, é visto como alternativa. Isso porque a concentração de resíduos (esterco) pode ser transformada em energia por meio da biodigestão.
— Esse metano, que iria para a atmosfera pela decomposição desse resíduo pode ser usado para gerar energia, substituindo outras fontes — explicou Marcelo Galdos.
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O metano, gás do efeito estufa, responde por um terço do aquecimento do planeta. A sua capacidade de reter calor na atmosfera é 23 vezes maior que a do gás carbônico. Cerca de 28% das emissões mundiais desse gás vêm da pecuária. O gado envia milhões de toneladas anuais de metano para a atmosfera (ruminação, fermentação intestinal, esterco). O metano também é liberado na queima de gás natural, em campos de arroz inundados, em aterros e lixões (decomposição de resíduos orgânicos), no esgoto, na queima do carvão e de material vegetal, entre outros. O metano permanece ativo na atmosfera por 12 anos.
Segundo relatório da FAO (nov. 2006), a pecuária prejudica mais o ambiente que os carros.
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Antes, acreditava-se que o gado era o grande vilão do efeito estufa, mas estudos recentes mostram que não é bem assim.
11/07/2009 10h54min
Pecuária não é a maior responsável pela destruição da camada de ozônio, diz estudo
Segundo pesquisador, ao considerar todos os gases de efeito estufa, a agropecuária representa apenas 20% do total da emissão mundial
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (USP) mostraram, nesta sexta, dia 10, que a pecuária não é a maior responsável pelas emissões de gases de efeito estufa. O estudo foi apresentado na 20ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina, realizada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
— O gado não é o grande vilão da destruição da camada de ozônio — afirmou o representante do Laboratório de Bioquímica Ambiental do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da universidade, Marcelo Galdos.
Segundo o pesquisador, ao considerar todos os gases de efeito estufa, como gás carbônico, óxido nitroso e metano, a agropecuária representa apenas 20% do total da emissão mundial.
— Há uma distorção dessa imagem do gado como grande emissor. Existe gente querendo parar de comer carne achando que vai ajudar o meio ambiente, quando, na verdade, se estivesse mudando seus hábitos, inclusive de transporte, poderia ter impacto ainda maior — disse Galdo.
O estudo aponta ainda que a pecuária intensiva, feita com manejo correto, pode gerar energia. O confinamento, onde há grande quantidade de gado em espaço reduzido, é visto como alternativa. Isso porque a concentração de resíduos (esterco) pode ser transformada em energia por meio da biodigestão.
— Esse metano, que iria para a atmosfera pela decomposição desse resíduo pode ser usado para gerar energia, substituindo outras fontes — explicou Marcelo Galdos.
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